Poesia fluida

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mortas

surdas

...

...

o vento sopra

silenciosamente

pelas janelas

E a poeira de um cosmo inteiro

vai se armazenando em

construções inacabadas e

suas frestas

ocultada por anfitriões

de velórios

cemitérios

e festas.

Já não há mais casas ou lares...

Estarrecidos de nós mesmos

criamos imagens de tristes cenas

que julgamos espetaculares.

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