Minhas mãos
Gilberto Carvalho Pereira ´Fortaleza, CE, 2 de fevereiro de 2019
Folheando um jornal local
Sobre mãos e sua utilidade
Percebi ser coisa nada banal
Tê-las, é demais praticidade.
Com elas agarrei o mundo
Pronto para tudo sonhar
Fazendo dele algo fecundo
Procurando tudo amealhar.
Sem minhas mãos não faço
O que eu gosto muito fazer
Felicitar, com forte abraço,
Pessoas que amo com prazer.
Com minhas mãos acarinho
Bato palma em aprovação
Afastando qualquer espinho
Em busca de boa aceitação.
Elas não ferem, não magoam
São pacificadoras, amorosas
Seguem ao sacrifício, se doam
Entregam flores, são afetuosas.
Mãos limpas, corretas, firmes
Onde correm sangue viscoso
Sempre magistrais e inermes
Delicadas e proceder exitoso
Já plantaram e colheram flores
Semearam sementes de amor
Igual mãos de belos trovadores
Que tocam revelando destemor.
Não são ousadas, atrevidas
Sempre altivas e altaneiras
Às vezes, agindo como aladas
Sendo diligentes e parceiras.
Em teu corpo fluem levemente
Sem macular a tua macia pele
Em ritmo de satisfação ardente
Esperando que o tempo protele.
De desejo e pensamentos leves
Eu ajo feliz, sereno e contente
Explorando montanhas e vales
De teu corpo frágil e benevolente.