AMIGA POESIA

AMIGA POESIA

Todos os dias

eu abro a porta da alma,

para que a poesia

se revele

com seus versos inéditos;

com seus versos

habituais,

bem claros como a luz

do dia; bem cheirosos

como as flores

amanhecidas

nos jardins campestres.

Todos os dias,

a poesia, que,

como a alma, parece

não dormir, fica a espera,

com uma certa

impaciência, para que eu,

corpo físico, acorde,

para por no papel,

a linguagem poética

que vai compondo o poema.

Me parece que,

os versos inéditos

que escrevo, tão lúcidos

e espontâneos,

são frutos, não só,

do que vivencio estando

desperto, mas também,

do que a alma vivencia

em suas andanças astrais.

Quero que saiba,

amiga poesia,

que somos íntimos desde

priscas eras, desde

remotos tempos, quando

a alma revelou aptidão

pra escrever. E cada vez

que reencarna,

embora desenvolva outras

atividades, a arte

de escrever em prosa

ou em verso

está sempre presente,

como se fossem almas

gêmeas, que se nutrem,

que se depuram unidas,

ao longo

das sucessivas encarnações.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 02/02/2019
Código do texto: T6565326
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