VALE DO RIO DOCE
O que na Vida Vale?
O Susto não vale
A surpresa vale
O que será que vale para Vale?
Não vale a sirene não tocar
Quando se precisar
O que vale na vida?
O grito contido
A dor no peito
As partidas sem despedidas
Os sonhos interrompidos
O que vale para a Vale?
O suor, o faturamento
O fechamento do contrato
O suborno da fiscalização
A ética e a moral valem
Para o capital voraz da Vale?
A sirene não tocou
São sustos gritos de horror e dor
“É pau, é pedra, é o fim do caminho
É a lama, é a lama, é a lama”
Que corre veloz a destruir vidas
São rejeitos a descer e a destruir
Sonhos e vidas em suas diversidades
O rio que era doce a Vale matou, sujou
Se a dor é necessária
mas ai daqueles que a provocarem
tenhamos misericórdias sem julgar
Vales de sombras, vales de dores
Há um propósito para a reflexão
Essas dores não podem serem em vão
Ainda vale acreditar na vida
Sim ainda vale a pena acreditar
Ainda vale orar por eles e por nós
Por quem partiu e quem ficou
Com suas lembranças e dores
E agora Mané, o que vale?
Ainda vale acreditar na vida
“Fé na vida, Fé no Homem, Fé no que virá
Nós podemos tudo, Nós podemos mais”.
Ainda vale acreditar
Em uma sociedade mais compreensiva,
Fraterna e solidária
Apesar dos pesares
Eu ainda quero acreditar que vale a pena
Acreditar na vida, no amor e no homem
Que o amor tem mais valor
De se querer levar vantagem em tudo
Tá valendo!?