A Monotonia da Solidão

Passos largos pesados

Se arrastam pelo chão

Da casa pro trabalho

Do trabalho pra casa

O trajeto feito de solidão,

Ha outros lugares pra ir,

Outras risadas pra dar,

Mas nada supera

Aquele cantinho escondidinho

Feito pra gente chorar,

Lá escondemos nossas fraquezas

Escutamos nossas incertezas

Lá duvidamos de que vamos a algum lugar

Mesmo o tempo perdido,

Lutando, estudando

Evitando ficar de castigo...

Nada disso faz mais sentido

Só queremos poder chorar

Só queremos um abraço quente,

Que alguém nos diga que vai ficar tudo bem

Esta tudo bem não ser suficiente

Esta tudo bem estar carente,

Esta tudo bem não vencer sempre

Tudo bem deitar aqui e deixar doer...

Ao amanhecer, um grande sorriso vazio

Que vestimos pra não deixar transparecer

Numa sociedade perfeccionista

Ser triste é muito realista

Então é melhor esconder

Esconde as dores,

Esconde amores,

Esconde seu sofrer,

Esconde seu próprio ser

Se vive fingindo

Se vive sorrindo

Se vive...

Se vive sem vontade de viver

Andamos disfarçando

Fingindo ser o que não sabemos ser

De casa pro trabalho

Do trabalho pra casa...

Nossa rotina...

A vida

Vida que nos forçamos sobreviver

Ao levantar nos vestimos de fortes

Imbatíveis e com sorte... Com sorte

Ninguém vai perceber...

Lá vamos nós de novo...

Não fique triste por muito tempo,

Não chore por muito tempo,

Não deixe doer tanto...

Só hoje...

Vamos conversar até o sol nascer

Tomamos um café

E assistimos o tempo correr...

Só hoje