O lugar onde morrem os ventos.
O vento
Que leva os pensamentos
Pensava
Que será que apenas os leva
Ou será que as tantas névoas
Cujas quais
Ele atravessa
Mais e mais o faziam
Entregá-los pelo avesso
E desse jeito
Simples pensamentos
de apelo
Lá pelas tantas
Do final do dia
Os havia demovido
Em pretensão
Amores em ódio
Simpatia em repúdio
A dúvida em certeza
E até mesmo
A mansidão adquirida
Lentamente, ao longo do caminho
Em questão mal resolvida
Que o avesso pensamento
Ou trouxe, ou transformou-se
Talvez, como prelúdio
Para o início de uma nova vida
E o vento percebeu
Que por breve momento
Passou por um desconhecido
Cujo nome era medo
Era cor que evapora
Era dor, era fome, era orgulho
Uma senhora sorridente
Mas seus passos não vem atrás
E nem vão à frente
Caminhando sempre ao nosso lado
Embora enevoados
e sem fazer nenhum barulho
Quem treinar os olhos
A pode perceber
Mas somente se o quiser
De sorte que lhe falou
Sobre a existência de um lugar
Onde morrem os ventos
Mas que ninguém o sabe
Além de Deus... e da morte, talvez
Pois a hora marcada
Jamais esteve nos ponteiros
E o momento presente
é sempre breve
E a verdade, cada vez mais escondida
Nos segredos que o tempo escreve
Por detrás do denso nevoeiro
Que por ora
O vento atravessa
Sem pressa
e nem demora
A cada coisa o seu tempo
E a todo tempo
A sua hora
Mas que a vida
É um breve momento
Frágil como a neve
E tão leve como o vento
Mas que cada um de nós
Escreve
Em qual direção
Deseja que o vento a leve
Embora não veja
E talvez seja por isso
Que a chuva chora.
Edson Ricardo Paiva.