A Bengala e as Muletas


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Caminham juntinho os pés,
cada vez mais inseparáveis;
Encolhidos e doloridos,
nem pensam se dar ao direito e parar.
Contam, um os passos claudicantes
e arrastados do outro;
Dependem deles o sustento
do resto de um corpo fatigado,
que nestas alturas dá mostras de necessitar,
também descansar.
A cabeça, pensante pensa;
pensa, mas se engana! ... é voto vencido
Contenta-se apenas
com ecos murmurados da servidão.
Recorre á sabedoria, que parou
e tenta descansar por um tempo.
Não! Na verdade, não é nada disso,
é pura estratégia, á espera dos pés
que apontam bem longe;
numa reta quase infinita abafando o coração.
Os intervalos imóveis vão ficando
cada vez mais alongados e sofridos;
Curtos, ...se apagando e ficando para traz.
Amontoam-se planos e projetos;
Dominando, o cansaço periférico cresce,
ganha forças e se agiganta.
Dores, se fazem companheiras inseparáveis
e os pés, estes juntaram-se de vez;
Se negam prostrados á dar, sequer mais um passo.
Firmam calcanhares, no duro concreto.
Teve que ser assi...,
...e o dia chegou;
a vida partiu e o extra acabou!
A visão embaçada vislumbra um ponto,
onde nunca mais vai chegar.
A dor cresceu, o cansaço venceu,
o corpo gelou, o sonho morreu!
Agora no mesmo cantinho encostados
a Bengala recebe visitas,
...a companhia das muletas sem dor;
sem porque prosseguir...
Desobrigadas, sem mais a quem conduzir...,



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descansem em paz!