Brumadinho, quanto "Vale?"

E a lama

que desce e mata a mata,

mata o homem, os bichos, o rio...

Sem aviso, sem sirene, mata o mar.

Sem amar, sem amor, só rancor, só horror...

Destrói os sonhos de quem sonhou.

Sonhou com o trabalho, com a casa, com os noivos,

Com a família...

Com os filhos...

Com o neném...

Hora do almoço seu moço!

E a lama não esperou, veio devolvendo ao homem

seu descuido, sua ganancia , sua imperícia,

seu preço, seu ódio.

Soterrando a mata,

o homem, os bichos...

Colorindo o rio, o mar,

com seu vermelho sangue,

E a lama vence...

deixando um rastro de morte, veneno e tristeza...

Aqui jaz os mortos, calados, enterrados,

nos lodos, sem vida, sem sonhos...