BRUMADINHO
Ismeraldo Pereira Sousa
Chora-se o momento pelo fato,
Chora-se por homens tão ingratos,
Chora a Natureza pelo impacto.
Choram mães, pais, filhos e irmãos;
Quem não chora? ora, ora!
Neste momento só se ora?
Foi embora quem se ama,
Foi embora o que se adora
Ficando lágrimas a lavar a lama.
Outro momento em que se cobra,
Outro instante em que não se dobra
E se solta o grito mundo afora:
Tenha dó, o mundo não é só seu!
Nele tem o sorriso do filho meu
Que nessa sua lama esmaeceu.
Têm os braços fortes dos maridos
Com os lares neles fortalecidos
E nos seus rejeitos enfraquecidos;
Nele florescem as mães com os amores
Que com carinho curam as dores
Agora deixadas neste vale de horrores;
Um mundo repleto de encantos
Em que os pássaros com seus cantos
Fogem deixando só desencanto;
Rios, águas, peixes, flores e matas,
Adeus (perdoe Deus!), quanta falta!
Foram-se como rejeito, por desrespeito.
Ilhéus-BA – 27/01/2019
Ismeraldo Pereira Sousa
Chora-se o momento pelo fato,
Chora-se por homens tão ingratos,
Chora a Natureza pelo impacto.
Choram mães, pais, filhos e irmãos;
Quem não chora? ora, ora!
Neste momento só se ora?
Foi embora quem se ama,
Foi embora o que se adora
Ficando lágrimas a lavar a lama.
Outro momento em que se cobra,
Outro instante em que não se dobra
E se solta o grito mundo afora:
Tenha dó, o mundo não é só seu!
Nele tem o sorriso do filho meu
Que nessa sua lama esmaeceu.
Têm os braços fortes dos maridos
Com os lares neles fortalecidos
E nos seus rejeitos enfraquecidos;
Nele florescem as mães com os amores
Que com carinho curam as dores
Agora deixadas neste vale de horrores;
Um mundo repleto de encantos
Em que os pássaros com seus cantos
Fogem deixando só desencanto;
Rios, águas, peixes, flores e matas,
Adeus (perdoe Deus!), quanta falta!
Foram-se como rejeito, por desrespeito.
Ilhéus-BA – 27/01/2019