DE QUE MAL?
 
De qual mal eu morrerei?
De saudade das flores vicejantes
De cidade desencantadora
De falsidade de tapas nas costas
 
De qual bem eu sentirei falta?
Do sorriso cristalino do meu amor eterno
Dos passos dados em nenhuma direção
Dos versos desconexos que declamei ao vento
 
De qual mal eu morrerei?
Do vírus da hipocrisia que assola
Do ritmo da covardia que rasga a carne
Do mar bravio com suas sereias desafinadas
 
Sentirei falta de algum bem?
Apenas dos livros sobre poeiras
Apenas dos lírios vestindo os olhos
Apenas dos delírios nutritivos
 
Apenas partirei
Apenas levarei o insignificante
E a vida...

 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 20/01/2019
Código do texto: T6555255
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