Confissões de um andarilho

O Andarilho

A multidão La fora vivendo a vida

E eu caminhando a ermo

Seguindo a passos lentos relutando teimosamente

Enquanto na verdade a muito já parei

Ouço vozes, canções que falam coisas

Roupas, panos empobrecidos pelo tempo e chinelos

a barba grande agora cobre esse rosto surrado pela dor

Na casa do senhor o martelar do sino revira meu eu

Faz-me lembrar do passado, passado que me transformou

No caminhar de meus dias ainda choro minhas atitudes

É minha sina e a sigo no arder do sol e na calada das noites

Noites de tormentos onde as almas me arrastam sem piedade

Erros foram meus e são meus, não acabará mesmo ao morrer

Caminhando a passos lentos procuro na sorte da morte

a paz que perdi em meu mundo

Evitando olhar o horizonte, choro no peito a dor de uma vida

Estraçalhada pela ignorância e deslealdade

Um zé ninguém da estrada, mendigando comida e morada

Mas de toda malesa que aconteceu, esse ser que procura paz

Pedacinho por pedacinho de sofrimento.... Fez por merecer

E um dia essa busca, á de se acabar.

(Confissões de um andarilho)