SENSORIAIS
Adormece o outono cinzento
E uma melodia crespa o vazio
Enquanto as árvores desnudas
Tropeçam os galhos ao vento.
No orvalho há uma doce canção
Que madruga sob o véu da fraca
Luz que alumia faces do silêncio
Alquebrado pelo odor da razão.
Uma tristeza enfadada do crisol
Arrebenta-se diante do pândego
Aconchego que nutre da alegria
As horas transviadas do arrebol.
E no ensaio das folhas que voam
Há o ritual dos ritmos que soam!
DE Ivan de Oliveira Melo