"O filósofo e a dor"
Quão louco pode parecer um filósofo
Homem que busca
Conhece a dor
A dor mais profunda
Pois sabe
Encontrará a chave
Um caminho
Uma nova busca
Sem dor
Está nos prazeres
o verdadeiro câncer
Nos desejos se disfarça
o verdadeiro tumor
Possuir é a verdadeira ulcera
E a única cura é o amor
Não remedie
Sua dor
Cura
Sua dor Cura
Cura a sua dor
O homem que busca
Encontra
Encontra o caminho
E entende
Compreende
Quais dores são bem vidas
Porque elas são vindas
Se são só falta de luz
Um olhar que traduz
Uma falta de visão
Entende
Que a dor que transforma
Que empurra e renova
Nada mais é
Do que puro amor
Amor de Pai
Amor de Mãe
Amor de Quem ensina
Amor de Quem cria
Amor de Quem criou
Entende ainda
Que fácil
O mais fácil
É ser grande
Em um mundo tão pequeno
Tão imundo
Tão distante
Sujo
De desejos
Ilusões
Escuros
Absurdos
Tão carente de amor
Que difícil
O mais difícil
É ser pequeno
Se aceitar pequeno
Na imensidão do universo
Na grandeza do criador
Na vastidão do que não conhece
De frente com o que teme
Olhando entre os silhos da vida
De mãos dadas com o que é
Então
Grande perante a dor
E só assim
Revestido em manto de humildade
Calçado de simplicidade
Tão leve como o amor
Agora
Amigo da dor
Ser mais um
Um de poucos
Que serão tantos
Chamados de loucos
Que vieram de outros
Que ainda vem em bandos
Cantando um só canto
E sonhando
Em transmutar a dor
A canção é una
Sempre foi
Amor.