Concerto de paradigma

Eram letras como versos, somente. Palavras lentas, sílabas violentas, em uma orquestra cinzenta de um concerto ao coração.

Eram assim, gestos opacos; por homens de ombros largos, muito menos preocupados com a rima ou o compasso.

Eram paráfrases fustigadas, arrebatadas pelo cansaço. Pela evolução de tal homem em seu estado, onde a crença virou dor, e o ódio assombrou o amor.

Era assim, a realidade turbulenta.

Presa a um fio de esperança desatenta, que em fuga ainda tenta, nas cordas e nos pulmões, trazer a apologia da sinfonia aos seus corações.