Maya
O véu que enconbre a lucidez
O céu paládio sem cor que traz a melancolia
A razão testando os mais fortes:
- aqueles que se agacham no medo, perdem a vez
E a acalentadora euforia
É rasgada com estrela a fundos cortes
A ilusão que envolve a visão,
Quando preferimos não encarar nossos problemas
Deixamos trêmulas as mãos
As quais não se levantam para impor nossos lemas
Gostamos de oferecer sofrimento
Por vezes a nós mesmos
Cada desmembramento e rompimento
Que vem de dentro
São assombrações de tolices e desmos
Maya está sempre por perto
Estamos por demais permeados nela
E o errado é posto como certo
E vendemos a liberdade por lugares em celas
Poderíamos nos perguntar:
"O que é a liberdade?"
De pronto não poderíamos a indagação sanar
Pois cativos ainda estamos
Desconscientes de nossa real capacidade.
Cegos sem empatia,
Loucos sem o dom da razão
Sentados esperamos regalia
O quão por vezes nos falta aptidão.
Plantar ou esperar a primavera germinar
É uma questão de perpectiva
Cada criatura possui um propósito de evoluir
E doutrinar
As deficiências de nossa ignorância viva.
Tão certo é o dom do amor
Entretanto ele nunca é claro
Fujindo-se de seu fogo que o início de algo pode compor
Não encaramos o outro lado que de muito longe
Acabou sendo raro.
Só nós temos a oportunidade de destinar
A nossa indizível existência
Ao achar o que nunca esteve de lado
Mas sim dentro
Beber da fonte do amor exige paciência
Porque no fim não importa a estimativa
Ao nascer da luz para o tempo criar
Arcados
Temos todos a mesma essência.