O foco que traz o reflexo
Olho a mim perante este olhar
Tão opaco
Ofuscado por raios de luz que negam-se a iluminar
Este reflexo pálido, sem parafrasear
Deixa um gosto amargo no paladar
Como um cigarro de tabaco.
Vejo marcas de restante dor no semblante
Rugas pela ruína
A todo instante
Esse demonia ao fim predomina.
Me pergunto quem sou
Nesta maré de autopenitencia
Se partir daqui, onde vou
Sem mesmo saber como é lutar por sobrevivência?
Lições aprendi.
Muitas destas deixaram cicatrizes na pele
Combati por anos fantasmas suicídas
Que o horror da solidão impelem...
Cabe a mim vencer!
Mas que vitória traria triunfo se nem viver desejo mais
Envelhecer
Ecoa distante,
Um peso ancorou cada alegre instante.
Suspiro e vendo-me: pergunto a figura disforme
"Quem é você de verdade ?"
Ante ao elo que a loucura forme
"Que mentira o sustenta meu compadre?"
Jaz nessa visão um sorriso sincero
O espelho racha
É como tudo na vida vem a golpes de ferro
Aqui neste peito oco, amor não se encaixa.
Choro por ter um lar e não habita-lo,
Sufoco-me sem ar
Por ter o pulmão embolado ao talo
Desmaio e caio no chão
Como um vadio cão
Que não dono para o amar.