Vida

Dia normal, manhã nascendo.

O bebê chora e passando, ouve.

Irracional

Abandonar um pedacinho seu

Até imoral

Não quero, jogo fora

Um problema, um incômodo

Uma vida.

Gente é coisificada

Vidas facilmente interrompidas

Nesse mundo sem amor

Uma criança na rua largada

A família tão desvalida.

E a vida sem ser vivida

Dessa forma sem forma

Sem jeito nem prazer.

Um até contorna, supera

Outro não sabe o porquê

De sua existência tão desmedida.

E o “não” vai assim

De mente em mente

Abrindo e fechando

O “nao”, mais que marcante

Uma força que também levanta

Fortalece, desafia.

Mas o que me desmonta

Ainda hoje em dia

É ouvir “filho dos outros”

Ocupando o lugar da compaixão

Como se maldade viesse no DNA

E educação nascesse do ventre

Deitasse no berço comprado

E o fracasso assinasse o verso da adoção.

Se de sangue ou do coração

Filho mesmo, só pra quem ama

Ou é capaz de amar

Doentinho ou sadio

Se você é quem cria

Educado ou arredio

O filho é seu.

Egoísmo só querer se gerar

Quando na verdade

O amor não nos vem

Nutrindo como um cordão

Vem da alma, salta os olhos

Invade o coração.

Ionara Lima
Enviado por Ionara Lima em 19/12/2018
Código do texto: T6530473
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