DIAS CURTOS NOITES LONGAS
Os dias são curtos, as noites longas,
O sol já se escondeu, a lua nasceu,
E eu sem sono, a pensar na vida
E no que eu perdi, à minha revelia.
Não sei que devo fazer para ser útil,
Levei uma vida bastante ocupada
E fiquei de mãos vazias, sem nada.
Passei a ter uma vida cruel e fútil.
Gostaria inda de ter mais projectos
Para realizar, falta-me imaginação,
Fui vítima de invejas e ingratidão,
Conclusão má de sermos objectos.
Para suavizar este calvário, optei
Pela poesia, bela arte, tão amiga,
Que abracei com mui entusiasmo,
E a que com amor eu me dediquei.
Vasta obra produzi, cerca de tres
Mil poemas eu escrevi, orgulho
Meu ter conseguido este projecto
Realizar, fui iluminado e sortudo.
Partirei deste mundo convencido
Que cumpri com este meu dever,
De bom esposo, pai, avô e irmão,
E que vivi a vida com muito amor.
Ruy Serrano - 04.12.2018