MASMORRAS DA SOLIDÃO

Meu tempo

É de pedra .

É de vento.

É de silêncio

Da órbita do tempo.

Da minha janela

Perdido em pensamentos

Me detenho,

Vendo assomar o vento,

Ululando, quebrando

A monotonia,

Batendo nas pedras,

Adentrando meu refúgio,

Fechado em solidão!

Da minha torre,

Cercado por terra e pedras,

Pontilhoes e areia,

Muros intransponíveis

E extensos horizontes

A perder de vista,

O mar imenso, a soluçar --

No indo e vindo das ondas

Quebrando na praia.

0 vento e o tempo

Girando no eixo dos dias

Trazem sois e noites,

Nuvens e estrelas,

Asteroides e galáxias ,

Nebulosas e lua cheia

Que me enchem

Os olhos de êxtase!

O astral, do espaço, me observa,

Minha prisao de pedras

E areias esquadria,

Caminhos de ventos que batem

Na amurada do silêncio espiam,

Sem, entretanto,

Moverem uma só pedra,

Romperem os muros

Que encerram as masmorras

Da minha solidão!