PÉTALA AMANHECIDA...*

Uma pétala amanhecida,
Tornando-se transparente,
Fez-me ter uma tristeza profunda...
Lembrei-me, nem sei o porquê,
De uma das mulheres de minha vida!
Hoje olhos profundos, cheio de enganos,
Face cheia de sulcos, corpo cheio de anos...
Pus-me em silêncio!
Quanto amor desperdiçado,
Quanta ternura,
Quanto enlevo,
Com alguém, hoje, tão cheio de desenganos?
Hoje eu a vi de relance na calçada,
Face triste, gélida e carcomida!
- Desterrando lembranças, em meu peito, a muito instaladas... E esquecidas!
Hoje ela passa quase despercebida,
Pela calçada de frente á minha vida...
Houve amor entre nós em um remoto passado...
E como a pétala amanhecida a minha frente,
A mulher de minha vida de outrora,
É apenas mais uma página virada!
- Viço de outro tempo,
Perfume que evolava noutros ares...
Por que a vida nos prega estes sustos?
- Encontrar e reencontrar a nós mesmos!
Mostrando-nos que também, como tudo e como tantos,
Estamos desvanecendo, plenos de (des) esperanças e erros...
- Tem vezes que olhar os outros, é se mirar num espelho!

Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
28/11/2018

*Reescrita da poesia A Pétala de 28/08/2005
Código do texto: T45779