A MOÇA

A moça

me pegou pela mão,

me falou de sonhos,

da cidade que deixou,

do tempo

que a entristeceu.

Tinha um olhar triste,

pesado,

não fitava meus olhos,

era revoltada, amarga,

praguejava o destino.

Era bem jovem,

culta, sensível,

dizia gostar de mim,

mas,

tinha que caminhar sozinha.

A moça

me pegou pela mão,

me beijou o rosto,

duas lágrimas rolaram,

uma forte chuva caiu.

E lá se foi ela

ganhar a vida

em um bordel

de quinta categoria.

JorgePoetaurbano
Enviado por JorgePoetaurbano em 26/11/2018
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