A MOÇA
A moça
me pegou pela mão,
me falou de sonhos,
da cidade que deixou,
do tempo
que a entristeceu.
Tinha um olhar triste,
pesado,
não fitava meus olhos,
era revoltada, amarga,
praguejava o destino.
Era bem jovem,
culta, sensível,
dizia gostar de mim,
mas,
tinha que caminhar sozinha.
A moça
me pegou pela mão,
me beijou o rosto,
duas lágrimas rolaram,
uma forte chuva caiu.
E lá se foi ela
ganhar a vida
em um bordel
de quinta categoria.