DUPLO DE MIM MESMO

Quando estou dormindo,

Transmudo em duplo de mim mesmo:

O corpo na cama descansando,

O espírito ávido de liberdade sorrindo,

Liberta-se dos grilhões

Que à carne o aprisiona,

Viaja às eterias regiões

Dos doces sonhos,

Ao mundo invisível retornando

Por algum momento.

Em dois - me decomponho -

Um, refestelado na poltrona;

Outro, quando o pensamento

Cria asas,

Distante, mesmo em casa!