DIAS DE SAUDADE
Outro céu irei buscar,
Sem nuvens cinzentas
Toldando-me os olhos
Ja tristes, ja rubros
De tanto chorar!
Aqui, na solidão medonha
Que me acompanha
Mesmo em meio à tanta gente,
Lembro saudoso
Da terra querida,
Berço que preparou-me pra vida,
Tao diferente
Desta cidade abastada.
Meu rincão é pobre.
Mas nobre.
Rico em amor
E humildade,
Onde de paz venturoso ,
Nao era medido
Por caras roupas vestidas,
E os meus valores, era o valor
Da simplicidade!
Nao era corrompido
Por luxo , por vaidade!
Hoje , distante.
Porém perto da saudade
Que machuca a todo instante,
Daria a vida
Por um dia daqueles festeiros,
Repleto de beleza:
Risonhos, fagueiros,
Céu de Brigadeiro,
Festa ao olhar!
Como não recordar,
As inocentes brincadeiras
À roda da meninada?
Naquelas manhãs risonhas
Era tudo que me entretinha, --
Encanto, sonhos
Feliz tinha,
Naquela bonança,
Vivaz criança,
A brincar
Sem pejo, sem medo
À beira do abacateiro,
Ou debaixo da bananeira
Meus doces folguedos,
Ao invés dos dias de hoje,
Cinzentos , tristonhos!
O sonho de riqueza
Que avaramente reúna,
Aqui na cidade grande,
Nao cobre
Meus dias
Perdidos de sonhos,
Minhas doces fantasias,
Boiando tao tristes,
Tao frias,
Nas águas do Rio Cachoeira,
Da minha querida Itabuna,
Uma eterna saudade!