RETRATO SOCIAL
Ele só bebe socialmente
Com os amigos que fez tempos atras
E se cai ou chora
Eles não vão embora
Nem caçoam para não o envergonhar
Sempre tem a bendita saideira
Que precede a expulsadeira
Joga conversa fora e esquece da hora
De sua Senhora
De ir embora
Até dorme no bar
Se lhe pedem que pare
Em pé ele faz um quatro
Este é seu retrato social
Anda sem dinheiro pra fazer feira
Sem um níquel pra comprar o pão
Mas se lhe chamam pra uma no fundo do bar
Ele dá sempre um jeitinho pra abrasileirar
Mas se perguntam se bebe
Ele diz sim socialmente
Não se importando se mente
E assim ele vai se enganando
Vai bebendo e se acabando
Se alguém suplica que ele pare
Fica na ponta dos pés e faz um quatro
Por favor não lhe zoe mas no recado repare
Que não tem remédio que cure e nenhuma pinga que o sare