O Meu Imenso Mar de Nada
Fico imaginando como é o mar das minhas ideias não realizadas.
Quanta destruição.
Os pedaços de madeira pra tudo que é lado.
Vários Pérolas e Titanics submersos.
E se um dia eu decidir vasculhar e não sobrar mais nada?
E se a água corroer aquilo que dava pra salvar?
Cada dia o mar está mais cheio.
Vai ficando tudo para trás.
Eu sigo meu rumo.
Vou jogando os frutos
Imperfeitos e informes
Da minha consciência na água.
Eu vejo afundar, vejo ir.
Acompanho com lágrimas no rosto.
Sinto vontade de me jogar.
Não me jogo.
Eu fico, terra firme e mente fria,
Sigo meu rumo,
Rumo que rumo com uma bussola estragada.
Sacrifico meu eu, minha alma, meus dons.
Me afundo sem afundar.
Estou na água sem estar.
Me misturo ao que não me misturei.
Eu sou o não realizado.
A imagem sem face da vida que foi negada.
Olhe para mim.
Veja minha escuridão.
Veja meu imenso mar de nada.
Meu restos, minhas vestes.
Sobrou muito pouco do meu verdadeiro eu.