Catarse de Outubro
Saímos vivos
Os sonhos sobreviveram,
após rastejar pelas sombras,
se esquivar do fio de palavras cortantes,
romper laços antigos
Saímos respirando, afoitos,
desse mar vermelho escuro
travestido de piscina rasa e calma aparente.
Tubarões nos espreitavam famintos,
Boca de foices e dentes
Saímos vestidos
de experiência de vida, de medo de morte,
sentamos pra descansar quase que tranquilos,
sabendo que o descanso é sempre efêmero,
inquieto como criança
Saímos decididos
a não querer o mesmo agridoce
a cheirar estranhamente azedo,
indigesto, sem encorajar ninguém
a pagar o preço