Palavras e sonhos.
Houve um tempo não queria pensar.
Muito menos escrever.
Queria ficar em um quarto fechado.
Olhando para o alto.
Procurando entender a cor das paredes.
A razão da brancura ocidental.
A luz do reflexo escuro.
Esperando a noite passar.
Refletindo o silêncio do tempo.
Via pelo espaço de uma janela.
O brilho distante das estrelas.
Esse tempo era tão perto e distante ao mesmo tempo.
O desejo era compreender o escuro preso ao infinito.
Sonhava com a extensão da noite.
Lá fora qual a razão do vento não parar de voar.
Então perguntava ao silêncio.
Qual o motivo do dia não acabar.
Quando a noite terminava, eu dormia.
Um sonho profundo e inocente.
Anos inteiros, a vida era desse modo.
Até o tempo fugir.
Pensava que uma noite interminável nasceria.
Enquanto dormia as madrugadas.
Até a ternura despertar o medo das intuições.
A felicidade tão somente um sonho.
Edjar Dias de Vasconcelos