O adeus de um alquimista
Transformo o teu rosto em sonho
o teu sorriso em porto
de calmaria e paz,
onde meu barco não pôde navegar
Transformo os teus lábios em desejos
como um licor que eu não bebo
mas com sabor que almejo
com tanta vontade de embebedar
Deixo o teu olhar se desviar
tudo é sossego na sua aparência
o tempo para, e eu te olho
nessa tua inocência.
Queria eu poder recitar a você
um verso do poeta que gosto
mas só posso tomar chá de gengibre
para espantar esse desejo platônico
Fui mudo, como pedra
mas contemplei a sua presença
quer no afeto ou no vazio
semeei a resistência
Agora, só me resta expressar
um sincero verso de adeus
como um alquimista irei transmutar
distante dos olhos teus.