EU ERA, EU MESMO! /
EU ERA, EU MESMO!
(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=18/out./2018)
Mente ocupada...
pensamentos reféns da nostalgia;
um misto de tristeza e alegria
que parecem caminhar em uma estrada
de mãos dadas, chamada tempo!
Parece ontem; mas não!
é de um passado bem mais ido,
distante, porém nunca esquecido,
inquilino vitalício da lembrança.
Ah! meu tempo de criança...
sim! falo de mim, daquilo que me apraz,
de um tempo que não voltará jamais,
mas que não jaz;
ele vive comigo, na memória,
é minha história.
Tive infortúnios?
sim! quem nunca os teve e ou não os tem?
porém foram bem mais as minhas glórias!
quantas vitórias!
o tempo em que eu era, eu mesmo.
Ir à escola? muitas vezes fui sozinho!
tranquilamente percorri o meu caminho,
desassombrado do fantasma do perigo;
Quando encontrava um amiguinho, íamos juntos
para a escola que era meu segundo lar.
Enfileiravam-nos para entrarmos na sala, de aulas;
antes, porém, cantávamos o hino nacional,
também rezávmos antecedendo à aula,
era, portanto, assim nosso trajeto matinal.
Todos felizes, quando a aula terminava,
então, fazíamos contrário o trajeto;
cada qual seguia para o seu lar
com foco fixo no banho, no almoçar,
depois brincar, com liberrdade, era o projeto.
Brincávamos na rua, frente à casa
em que morava o amiguinho, ou mesmo eu;
bola de meia, pega-pega, baladeira,
tantas outras brincadeiras,
observados vez em quando pelos pais,
era demais...
Quando à tardinha, já o sol perdia o brilho,
lá dos portões, de cada casa, éramos vizinhos,
ouvia-se: filho!
já está na hora de entrar pra tomar banho!
Hoje...
estranho!
tudo é bem diferente.