BORBOLETAS
(Por Érica Cinara Santos)
E na singeleza de um quintal e d’ algumas flores
Na sutileza da brisa que passa espalhando perfumes e odores
A natureza faz o seu espetáculo matinal, delicada
Revelando-me preciosa lição, em cada movimento impregnada
E detenho-me a observá-la, no sensacional passeio das borboletas
Cujas asas, em pares, vão traçando ímpares piruetas
Desenhando no ar uma dança
Que amansa os olhos, alegra, descansa.
Quanta fortaleza, penso, há em tão frágil criatura!
Por quantas transformações teve que passar
Quão sozinha sentiu-se em seu casulo, quiçá,
Até ressurgir com a tal beleza que agora se afigura?
E me apanho em incontáveis divagações
Em análise acerca de nós, criaturas humanas
Como lagartas a rastejarmos em nossas inúmeras ilusões
O quão nos tornamos pesarosamente insanas?
Até que, no ostracismo em que a reflexão se embasa
Nosso olhar pra dentro, casulo necessário
Traga-nos à luz, abrindo-nos a um novo itinerário
Fazendo nascer em nós todo o esplendor de nossas asas!