BORBOLETAS

(Por Érica Cinara Santos)

E na singeleza de um quintal e d’ algumas flores

Na sutileza da brisa que passa espalhando perfumes e odores

A natureza faz o seu espetáculo matinal, delicada

Revelando-me preciosa lição, em cada movimento impregnada

E detenho-me a observá-la, no sensacional passeio das borboletas

Cujas asas, em pares, vão traçando ímpares piruetas

Desenhando no ar uma dança

Que amansa os olhos, alegra, descansa.

Quanta fortaleza, penso, há em tão frágil criatura!

Por quantas transformações teve que passar

Quão sozinha sentiu-se em seu casulo, quiçá,

Até ressurgir com a tal beleza que agora se afigura?

E me apanho em incontáveis divagações

Em análise acerca de nós, criaturas humanas

Como lagartas a rastejarmos em nossas inúmeras ilusões

O quão nos tornamos pesarosamente insanas?

Até que, no ostracismo em que a reflexão se embasa

Nosso olhar pra dentro, casulo necessário

Traga-nos à luz, abrindo-nos a um novo itinerário

Fazendo nascer em nós todo o esplendor de nossas asas!

Érica Cinara Santos
Enviado por Érica Cinara Santos em 09/10/2018
Reeditado em 08/03/2020
Código do texto: T6471625
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