Arco-íris da favela

Sentimentos estranhos me apavoram

Cheios de ego indomável

Repletos de soberba

De fúria estão pintados.

Não basta crê

Tem que ir a luta

A gente nasceu pra querer

Nascemos no escuro da rua.

Vivemos sem plateia

Sem subsídios

Em busca de abrigo

Num castelo de ideias .

Queremos alcançar o arco-íris

Mas ele está tão longe

As montanhas também estão

A maioria desiste.

Pouca coisa vale a pena

Éramos crianças ingênuas

Sabíamos apenas de rabiscos

Hoje, sabemos dos perigos.

Preto e branco é definido

Pintam no corpo o infinito

Jogam a culpa na favela

Gastam milhões em mais uma novela.

De coração corrompido

Os metrôs estão cheios

Um leva e trás de seres

Com Almas dolorosas de recheio.

Estamos encantados

Com a beleza do sabiá

E a hora passou

Na globalização ninguém pode te esperar.

Foca no bem Ou foca no mal

Foca na saúde

Por que na doença,

Não, não teremos hospital.

Um senhorzinho

Acaba de subir no avião

Veja lá, é classe A

Da sala B, gabinete da corrupção.

E é da favela que eu venho

E é da pobreza que eu tenho

Que o mundo vai sentir a minha presença

Ouvirão a minha voz dando a verdadeira sentença.

Ronaldo Crispim
Enviado por Ronaldo Crispim em 30/09/2018
Reeditado em 04/01/2020
Código do texto: T6463585
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