AMOR PURO... E PROFANO

Amor... puro

Inegável... amor

Amor... profano

Não, não deixa de ser, pois... amor

E por que não o seria... amor?

Apenas por causa do adjetivo que o ornaram?

Então, estaria o amor... dividido... fragmentado?

Ou melhor se diria, ser profano por aqueles que amar... não o podem?

(ou não se permitem, o que é se é mais óbvio!)

E destarte, em sua “pureza”

(ou melhor, em seu puritanismo)

Vede que não amam... e também impedem os “impuros” de amar

Quais fariseus do século a que o bem não então fazem

Visto que a "Lei" os impede

(oh, quão esfarrapada desculpa para não se fazer o que não se quer!)

Ah, não nos diz tudo a vida ser, com efeito, amor?

Seja a pureza da caridade que d’outro cuida

(uma vez que desinteressada o se faz)

Seja o afago nos seios que de su'amada então recebe?

(ainda que sob os feitiços da volúpia)

Ah, malditas tradições do mundo

... a que enchem de sombras a viagem

... em que a carente alma trafega!

Da luz do sol a que nest’instante se ofusca

E assim já não vê por não mais clara

Do viver a se vestir de mil austeridades e regras

A tornar-se impiedoso em seus ditames e mil "normas"

E desta forma, a impedir a tantos de amar

A que talvez, quem sabe por isso, o amar para tantos

... ser considerado "anormal"!

Amar... amar... amar!

E apenas amar

Ah, somente os ousados e valentes o sabem

E igualmente os rotulados profanos (se é que de fato os são)

Jamais os preconceituosos e medrosos

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 28/09/2018
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