AMOR PURO... E PROFANO
Amor... puro
Inegável... amor
Amor... profano
Não, não deixa de ser, pois... amor
E por que não o seria... amor?
Apenas por causa do adjetivo que o ornaram?
Então, estaria o amor... dividido... fragmentado?
Ou melhor se diria, ser profano por aqueles que amar... não o podem?
(ou não se permitem, o que é se é mais óbvio!)
E destarte, em sua “pureza”
(ou melhor, em seu puritanismo)
Vede que não amam... e também impedem os “impuros” de amar
Quais fariseus do século a que o bem não então fazem
Visto que a "Lei" os impede
(oh, quão esfarrapada desculpa para não se fazer o que não se quer!)
Ah, não nos diz tudo a vida ser, com efeito, amor?
Seja a pureza da caridade que d’outro cuida
(uma vez que desinteressada o se faz)
Seja o afago nos seios que de su'amada então recebe?
(ainda que sob os feitiços da volúpia)
Ah, malditas tradições do mundo
... a que enchem de sombras a viagem
... em que a carente alma trafega!
Da luz do sol a que nest’instante se ofusca
E assim já não vê por não mais clara
Do viver a se vestir de mil austeridades e regras
A tornar-se impiedoso em seus ditames e mil "normas"
E desta forma, a impedir a tantos de amar
A que talvez, quem sabe por isso, o amar para tantos
... ser considerado "anormal"!
Amar... amar... amar!
E apenas amar
Ah, somente os ousados e valentes o sabem
E igualmente os rotulados profanos (se é que de fato os são)
Jamais os preconceituosos e medrosos