Lampejo

Com tinta vermelha num papel em branco

Derramo os motivos desse desencanto

Dessa vida doída e mediana

Regrada a suor, sangue e cana

Cana!... Essa aguardente quente

Que arde os lábios e refresca a mente.

Rebuscando tristes sentimentos

Transformados em simples lamento.

“Tristeza não tem fim”;

Falava o poeta no botequim;

Felicidade... ah essa sim

Tem hora marcada pra terminar

Como uma brisa leve no ar.

Confuso e um tanto obtuso

Sentindo distorções e viagens

Transmutadas em rápidas sinapses

Que indicam obscuras verdades

Um tanto quanto escusas na realidade

Frivolidade cruel, antropofagia pura

Abalando brutalmente qualquer estrutura

Triturando e digerindo usuras absurdas

Causadas pelo ócio intelectual

Criado a imagem e semelhança virtual.

Eduardo Jesus
Enviado por Eduardo Jesus em 21/09/2018
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