Lampejo
Com tinta vermelha num papel em branco
Derramo os motivos desse desencanto
Dessa vida doída e mediana
Regrada a suor, sangue e cana
Cana!... Essa aguardente quente
Que arde os lábios e refresca a mente.
Rebuscando tristes sentimentos
Transformados em simples lamento.
“Tristeza não tem fim”;
Falava o poeta no botequim;
Felicidade... ah essa sim
Tem hora marcada pra terminar
Como uma brisa leve no ar.
Confuso e um tanto obtuso
Sentindo distorções e viagens
Transmutadas em rápidas sinapses
Que indicam obscuras verdades
Um tanto quanto escusas na realidade
Frivolidade cruel, antropofagia pura
Abalando brutalmente qualquer estrutura
Triturando e digerindo usuras absurdas
Causadas pelo ócio intelectual
Criado a imagem e semelhança virtual.