TRANSMUTAÇÃO
(Por Érica Cinara Santos)
Vai indo outro dia
Outro, depois de tantos que já se passaram
Nessa passada infindável das horas que se dispuseram
A estarem ali, oportunizando nascer na alma mais poesia
Ainda que estivesse a pino o sol a nos aquecer
Uma hora a chuva surgiu para mudar o dia
Enegrecendo, molhando, esfriando tudo o que se fazia
Mas preparando-nos o terreno para florescer
E vejo agora aquarela no céu
Em tons que me dizem sobre possível transmutação
Do que era cinza, pálido, escuridão
Para tons de um acalentador violeta, magnânimo véu
Também ouço sons ao longe, agitados
De pássaros amazônidas em espetacular revoada
Buscando repouso após sua longa jornada
Querendo, no colo das árvores, anoitecer aconchegados.
Ah, quanta simbologia há nesta maravilhosa cena!
Pintando um ocaso de renovadas esperanças
Em revoadas sob o céu da alma, confiança
Na transmutação das energias para vida plena!