As portas da loucura
Têm dias eu tenho uma lua dentro de mim
Na paz que ela me trás
Nas loucuras que deixo em aberto
Só meu blues pode entrar
Nas esquinas gotejam venenos
Tão serenos e mortais
Onde nos porões da solidão
Existem dores escondidas
Que nascem em dias febris
Escondo-me nos meus olhos
Que enxergam além de mim
Dentro das farsas que vejo por aí
Prefiro distâncias a encontros
Pra fugir das sementes
Que brotam em ti
Que leviano é o poeta
Nesta dor que se chama amor
Ele guarda o coração na bolha
Mas deixa evaporar emoçoes
Em pleno vapor
Quero me bloquear
Dessa pimenta forte que tem em seu pensar
Não há lógica para a morte
Depois que se aprende a respirar
Mas eu volto à minha lua
Onde o poeta foge da amargura que é viver
Nesse inflamar de ódio
Que da sua janela, em pleno céu aberto
Ele vê florescer