DA FÁBULA À REALIDADE

-- Por que estás triste, estrelinha?

Esse vinco na tua testinha,

Pejam-me o peito de dor.

É como ver muchar, morrer

Em tenra idade, a bela a flor!--

Apieda-se , o sol .

-- Sim . A dor me oprime o peito!

Chorar é único jeito

De o sofrimento minorar!--

Expressa'-se a coitadinha,

Os olhos vertendo lágrimas sentidas!...

Minha tristeza, é uma sombria

Metáfora, como se visse o solo

Devastado, intanguido,

Estéril, onde nenhuma semente medra,

Num amontoado de pedregulhos ,

Qual estátua do coração de pedra --

O Cronus da maldade erguido!...

-- Nao sei do que falas ,

Minha bela?

Pontifica o infante loiro.

-- Nao sabes, querido?

Vo-lo mostrarei ,

Na tela

Do painel do firmamento,

No espaço

Infindo erguido.

Sei que toldarei

Teu busto de ouro.

A cena é forte.

De sorte

Que te peço:

Nao chores,

No triste momento!

-- Ainda nao te compreendo,

Minha linda ! --

Volve o Astro-Rei.

Falas, por enigma.

Tua verve é primorosa,

Bem sei.

Todavia, primas,

Meu encanto,

Por confundir-me a mente,

Já confusa, um tanto!

-- Confuso, já o estou vendo.

Embaralhas, as palavras

Que profiro ...

Atentas, que deliberadamente,

Nao o confundo,

Tu mesmo, te confundes,

Amigo infante -- salienta a estrelinha,

Delicadamente continuando:

Amigo , bem no fundo,

Quero poupa-ló

De um desgosto profundo,

Que a mim mesma,

Peja de dor, me apurrinha.

-- Mesmo vivendo no astral,

Acima do horizonte,

Amparado pelo braço eternal

Do Criador

Que a tudo rege magistralmente:

Céus , matas, terra, oceanos e mares,

Seres que respiram,

Plantas que vicejam,

Nao se me dã ,que nao sofra

Espiando pelo visor do infinito

Outras galáxias mundo afora,

Outros planetas existentes,

A Terra supondo

Ser o planeta mais importante.

Gravitando nesse eixo,

O Brasil,

A quem meu peito,

Em delirio ufana,

Repleto de amor

Àquela querida gente,

Muito mais, agora,

O Pais vivendo terrivel conflito.

-- Nao falo por metáforas,

Loiro Infante,

Nem tento tornar

Palavra rude em agradável,

Em se tratando

Do povo brasileiro,

Por quem tenho muito apreço,

Até porque, nao carece

A pilula dourar.

A verdade, é que meu peito estremece

Ante terrivel drama,

Perverso, cruel,

Infame , que por lã acontece,

0nde levantando -se o véu

Da vergonha,

Descortine se , o mar de lama

Encoberto , e a podridão vem à tona:

Coisas que excedem

Os preceitos do inacreditável.

Tudo vai bem! - pontificam.

O Brasil vive em céu de brigadeiro!

As instituições estão funcionando.

Na tentativa vã de validar

Um engodo -- afirmam.

-- Me detenho a questionar:

A que país se referem,

Se preferem

A verdade ocultar?

Só podendo

O Brasil associar

Ao reinante caos que la vigora ,

Transformado em uma republiqueta

De terra arrasada,

Crescendo qual rabo de cavalo:

Patinando mourimbundo --

A economia estirçalhada,

Ampliação das desigualdades

Econômicas e sociais,

Entreguismo à mao cheia

Dos principais ativos nacionais

Numa infame cadeia

De desmandos:

Patrimônio público dilapidado,

Governo o povo massacrando,

Retiradas de direito dos trabalhadores;

Pecs da morte, levando à morte

Milhares de pessoas(crianças e adultos),

Desemprego humilhante

De mais de 14 milhões de brasileiros,

Os novos Tantalos sofredores!

-- Sei, amiga celeste, sim,

Coisas imponderáveis

No Brasil, ocorrem,

Transcorrem

Inacreditáveis

Aberrações ,

Manchando sua história:

País assina tratado internacional,

O qual é signatário,

E comete grande asneira --

Nega-se a cumpri-ló,

O grilo,

É que ficou mal,

Perante repúblicas internacionais,

Como se fora, uma república bananeira.

Nao só.

O líder em todas as pesquisas eleitorais,

Lula, caçado implacavelmente:

Julgado,

Condenado

Por ato de oficio indeterminado,

Quando o ex-presidente

Já estava há 3 anos fora do cargo.

Na sentença prolatada,

O próprio magistrado afirmara

"Nao apresentar provas"...!

Só dispunha, de convicções.

Mesmo assim,

Nao se lhe doi a consciência,

Condenar um inocente,

E aprisiona-lo

Para não

Concorrer à eleição,

À qual, ganharia facilmente?!

Noutra quadra, recente na memória,

Balão de ensaio, vira verdade absoluta:

Uma Presidente, por conta de chegada,

Sem crime de responsabilidade,

Foi da Presidência afastada,

Num artifício montado

De maneira maladra, astuta --

As famigeradas pedaladas,

As quais, até Ministro do STF ,

Teve coragem de falar:

"As tais pedaladas,

Serão difíceis de explicar

Pela história".

- E, minha linda! ,

Bem sei:

As incongruências

Sao tantas

No Brasil,

Que superam o absurdo,

E sao tantas

Explicações nao dadas.--

Explana o Astro-Rei.

JUCKLIN CELESTINO FILHO
Enviado por JUCKLIN CELESTINO FILHO em 18/09/2018
Reeditado em 20/09/2018
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