Lendas de lã
Onde está a estante com mil lendas afogadas ?
Onde a esquina dobra e decide o seu caminho
Quando o rei pede que se decida sozinho
virando as costas para cavernas com pegadas
Pedras que definem os planos do planeta
Querosene do princípio vital
Queimando a soberba espiritual
Lembra o destino do universo violeta
Em plena consciência de meu pleonasmo
Seja pelo não de Urim
Ou pelo sim de Tumim
Recito poesias com entusiasmo
Fundação impetuosa da Titanomaquia
Em minha imagem vejo a epifania
Senti a dor do castigo de Quelone
Senti a fúria veemente do ciclone
Sentei cansado no trono dourado de Hefesto
Preso no conforto de reis deprimidos
Surdo por conselhos nobres e pedidos
Engolido pelo ódio que a tempos contesto
Sedento pela lembrança dos jardins divinos
Grito pela alforria de Cronos
Relembro primaveras e outonos
Desfrutando do suave som dos violinos