Por quê?
Por que me enquadrar
Se fui feita para retangular
Ou mesmo circular
Na delícia, que é experimentar
O que sou
O que me faço ser pelo ofício diário do tempo
Nomeio, explicitamente, como crescimento
Para que me auto-afirmar
Se em um piscar de olhos
Torno-me outra a cogitar
Sou batimentos seguidos e distintos
A percepção se modifica
Com a expansão da vista
Digo que, talvez, somente não exista
Por que devo um caminho trilhar
Se todos, no final, se cruzam e não pode
A um chegar, sem pelo outro passar
A vida é regada por imprescindíveis etapas
O sonho move a felicidade e a saudade
Daquilo que nunca mais estará
Além de horas vagas
Para que ter imagem
Se ela é como fósforo aceso e queimado
Lançado e descartado como um sopro
Ao se tornar medíocre no ar
O trabalho de coletar detalhes
Os quais aprimoram a sua iludida
E falsa abordagem
Por que temos que ser pequenos
Se nascemos para sermos grandes em amor
Em paz, em alegria, em dor
Tudo ao redor se enche de sabedoria
E vontade de engrandecimento
Essa é a real beldade
Do pertencimento