DAS ÁGUAS

(Por Érica Cinara Santos)

Vem e vai, vai e vem

Na areia batendo o tempo inteiro

É a suave coreografia do banzeiro

Das águas, o fluxo da vida que aqui se tem.

Nossas águas pulsam em nossas veias

Nossos rios são nossas ruas, nosso passo, nosso chão

E passam trazendo o compasso da embarcação

Que aporta sábia e suave ali na areia.

Traz a tua rede, pescador!

Deixe que ela repouse dependurada neste tão belo porto

Depois de tantos mergulhos nas águas de Iaras, de jaraquis e botos

Matando a fome do homem e alimentando a alma do trovador!

Ah, como é belo este cenário!

E quanto de mim carregam essas águas!

Quantas lembranças de alegrias e mágoas,

Foram lavadas e levadas, mergulhadas nesse elemento extraordinário!

E sigo ouvindo o balanço do embalo das ondas

Que molham minh’alma de poesia

Cuja cadência não carece de melodia

E me transportam a mim, a meu interior, às minhas demandas.

E seguimos de rio tingidos, Amazônidas

O que agora passa não é o mesmo de outrora

Já dizia Heráclito em sua metáfora esclarecedora

Somos o pescado e o pescador, paridos das águas e imersos na correnteza vida.

Érica Cinara Santos
Enviado por Érica Cinara Santos em 09/09/2018
Reeditado em 08/03/2020
Código do texto: T6443716
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