AS CORES EM MIM
E quando sou o branco,
vejo-me em meu recanto,
em paz ao som de um acalanto.
E quando sou o rosa, vejo-me
toda prosa, delicada como rosa.
E quando sou o amarelo, vejo
o mundo dourado, e um estojo
lindo e bordado ao meu lado .
E quando sou o azul, vejo as
nuances variadas, do céu, do mar,
do anil da bandeira do Brasil.
E quando sou o verde, sinto a
natureza viva, o viço das matas,
das florestas, da plantação agreste.
E quando sou o vermelho, sinto o
fogo da paixão, queimando todo o
meu corpo e o meu coração.
E quando sou o preto, lembro-me
do luto, da dor e do desamor que
podem ocorrer na minha vida.
E quando sou o marrom, penso
na terra, nas plantas, na colheita
e nos frutos que saem dela.
E quando sou cinza, me perturba
a obscuridade, a falta de clareza
como se fosse uma fraqueza.
E quando sou o roxo, começo
a refletir com certo desconforto,
diante dos mistérios envoltos.
E quando sou o laranja, pressinto
que há uma calmaria, que irão
surgir para mim novas alegrias.