Recai sobre as costas
Sinto-me a par
Desconheço rostos, sentimentos, traços
Vejo troca de favores
Na busca por satisfação de instantes
O supérfluo ganha corpo do amar
Não mais reconheço
Conhecidos desconhecidos
Saltam em diferentes pontos
Esse, talvez, seja o ciclo da vida
Identidade perdida e afeto desonrado
Mundo desprovido de graça
O ar não puro que exala
Inveja, rancor, discórdia
Viver para produzir
Nascer para desfalecer no grande nada
Diga-me enfim
Será se existe alguém
Que aguente carregar
Todo o peso do existir
Antes do início do fim?