A Decadência das Culturas

Deus está morto

As religiões estão mortas

Em um campo vasto de margarida

A filosofia há de morrer

Quem dirá?

Aterrado de criticar a ciência

Em vista de espetáculos ludíbrios jogados de suas lábias

Dançando e em canto, com públicos a derramar medo

Quem dirá que sou terno por Eros?

Que percorrerá pelas cavernas e bosques

A ponto de dizer

Tudo está morto!

Quem dirá?

Que irei vagar lentamente pelo flamejante inferno

Diante da minha ausência no sepultamento dos que morreram

Com um cerne lunático a sofrer por saudades

Restam somente eu e você

A caminhar de mãos dadas contra a tempestade

Sem forças,

Mas disposto a pelejar

J Paulo Sousa
Enviado por J Paulo Sousa em 17/08/2018
Reeditado em 17/08/2018
Código do texto: T6422097
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