IRRECONHECÍVEL

Sentei na minha cadeira de balanço

E observei à minha frente

Um velho homem de rosto manso,

Mas, no entanto, descrente.

Pensei: quem daria atenção

Para alguém de ultrapassado assunto?

Sem mobilidade, sem reação...

De muita idade, porém parece mais um defunto.

Analisei aquele idoso

Senti pena até.

Parecia desgostoso

Olhava sempre para o pé.

Ninguém se aproximava...

Era triste e solitário.

Os seus olhos, fechava.

Talvez esperando um solidário.

Imaginei! Esse velho deve ser malvado!

A vida toda arrogante...

Por isso, hoje desprezado.

E no seu rosto essa tristeza tocante.

Depois de muito observar

Acordei-me! E percebi um espelho

Aquele que me fiz julgar

Era reflexo. Aquele velho era eu.

Luciênio Lindoso.

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 16/08/2018
Código do texto: T6420664
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