Sem confiança

Em quem acreditar nas ruas da cidade tão desertas

Por onde nossos passos seguem rotas quase incertas

Os olhos vêm sombras a temer

As pernas tremem prontas pra correr

As mãos nao têm onde se apegar

A voz já seca morre sem falar

Aquela palavra antiga

De socorro pela nossa vida

Ouvidos estao mocos com seus fones

Ligados em outros ideais e somem

Por entre carros e buzinas

Vazias são muitas esquinas

Quem é que vai me socorrer

À quem eu posso confiar

O meu anseio imenso de viver

E não ser abatido sem lutar

Como se abatem porcos

Em meio a lama

Se abatem as pessoas

Em suas camas

Como se abatem porcos

Em meio a lama

Se abatem as pessoas e suas chamas

Em quem acreditar depois dos trinta

Se ainda aos dezessete se anda errado

A quem posso abraçar e ceder minha senha

Num mundo pecador de condenados

Nesse contexto de coesos presos

Sem confianças num mar de desejos

Secos de olhares, abraços e beijos

Os parentes de sangue vão distantes

E o meu próximo que me parecia estranho

As vezes é quem me tem amor tamanho

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 15/08/2018
Reeditado em 16/08/2018
Código do texto: T6420201
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