Sem confiança
Em quem acreditar nas ruas da cidade tão desertas
Por onde nossos passos seguem rotas quase incertas
Os olhos vêm sombras a temer
As pernas tremem prontas pra correr
As mãos nao têm onde se apegar
A voz já seca morre sem falar
Aquela palavra antiga
De socorro pela nossa vida
Ouvidos estao mocos com seus fones
Ligados em outros ideais e somem
Por entre carros e buzinas
Vazias são muitas esquinas
Quem é que vai me socorrer
À quem eu posso confiar
O meu anseio imenso de viver
E não ser abatido sem lutar
Como se abatem porcos
Em meio a lama
Se abatem as pessoas
Em suas camas
Como se abatem porcos
Em meio a lama
Se abatem as pessoas e suas chamas
Em quem acreditar depois dos trinta
Se ainda aos dezessete se anda errado
A quem posso abraçar e ceder minha senha
Num mundo pecador de condenados
Nesse contexto de coesos presos
Sem confianças num mar de desejos
Secos de olhares, abraços e beijos
Os parentes de sangue vão distantes
E o meu próximo que me parecia estranho
As vezes é quem me tem amor tamanho