TORMENTA
Quando propunha pausa
quando apontava sons inaudíveis
quando garimpava poemas
quando propunha carícias.
Respondia-lhe com sem tempo.
Um fazer sem fim
Um caminhar estafante.
Também pudera.
Ocupa-se de tudo.
Do real e do imaterial
Das utilidades e das não necessidades.
Há um dreno. Atenta.
O tempo todo,
a história dos outros,
a vida das ruas,
as redes sociais.
O outro antes de ti,
não é doação,
é profunda e cansativa inquietação.
Põe teu retrato em moldura adequada.
Relaxa, antes que chegue o cotidiano dos remédios.
Medita...