PÉTALA

Uma petalazinha tão tênue.

Como um crepúsculo que enfeita

Desmorona-se sobre o chão

E ali jaz inerte, desfeita.

Então, submissa ao Sol, se decompõe, seca,

Fica tão disforme, deixa de ser pétala !

Quando a vejo assim

Não reconheço o que foi,

Talvez porque muito áspera...

Mas a delicadeza manter-se-á até o fim.

Embora já não tenha a graça de outrora,

Saibamos que um dia foi pétala.

Prestemo-lhe, assim, homenagens

À graça que se foi embora...

Dedicado à Virgínia Lane, A Vedete do Brasil

Escrito em 1984.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 12/08/2018
Código do texto: T6416625
Classificação de conteúdo: seguro