MÃO DISPLICENTE
MÃO DISPLICENTE
aquela era
mão displicente
quando as letras teimavam
em pular pelos dedos
não escreveu a carta
quando os dedos ansiavam
por deslizarem a pele
não explorou o corpo
quando a pele de dentro empurrava
a saudade pelos olhos
não acenou o adeus
quando
na derradeira despedida
despida de calor
munida de ausência
não apertou
a outra mão
Mírian Cerqueira Leite