Ciclo dos Afetos
Um colo de mãe, sim, eu preciso,
sem fim e sem fundo, onde eu possa despencar,
tropeçar de propósito e nunca mais voltar,
quem sabe me afogar no amor materno,
de leite terno e de gosto eterno
de vida em paz... então existe um lugar perfeito...
Engraçado.
Existem mulheres com quem a gente quer passar o dia inteiro...
Passar os dias da semana, assim de janeiro à janeiro,
num tempo que encolhe e enxuga tudo.
E não sabemos exatamente o porque,
não sabemos o que está acontecendo e isso nos intriga.
Chega a ser uma doce confusão, ausência crua de razão,
um incêndio detectável mas que ninguém coíbe.
Mesmo cientes do desastre... quando se vê já aconteceu.
Olhe agora o que já foi zigoto...
Este tamanho amor de pai, hercúleo, voraz
De jeito nenhum ele cede.
Como pode bater um coração tão minúsculo, tamanho de um grão.
O meu e o dele, juntos cada qual no seu peito,
senão o mesmo peito...
Epílogo
Como pode este velho que vos fala ser tão tolo?
E o amor atropelar como um rolo, assim sem mais
Como pode ser de um “A” tão maiúsculo o afeto,
tudo, tudo fica imensurável ao embalar um neto.
Dos amores talvez os últimos. E lateja suave ...