O LOUCO

A lua escura, de medo, não brilha

Deixando sobre sombras a criança adormecida.

A saudades da luz a iluminar o olhar da moça.

O adeus da despedida, afogado na imensidão do silêncio.

.

O frio do inverno avançou sobre a vida

Penetrando nas profundezas da solidão humana.

O homem congelado pela distância pétrea do medo

Deixou vazio o vão entre seus braços.

.

Na vastidão do deserto humano

A mãe olhava o filho faminto.

Sobre o leito de sua face sofrida

A lágrima da dor/amor escorria

.

O louco, gritando, entrou jardim adentro.

Suor e calor de sua pele saia.

Assustada a criança chorou

E dos peitos murchos da mãe o leite jorrou

.

Sustos e soluços, gemidos e dor

O louco em seus braços, a solidão levou

E um sopro de coragem a todos deixou

Partiu gritando em alto e bom som

.

Homens, coragem vivei no amor!

Lauro Madureira
Enviado por Lauro Madureira em 01/08/2018
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