Aforismo a um deus ególatra
Se creio em um Deus?
De fato eu o crio.
Não tenho fé cega.
Para seguir um amontoado de regras.
Não prostrar-me-ei diante de um ídolo.
Criado, recriado, que afirmam tudo ter criado.
Esse transcendente ser é inviável.
Pois como crias o mau, tal ser afável.
Não me curvarei a um ser ególatra e carente.
Que quer adoração de um doente.
Que permites o mau “tendo” o poder de destruí-lo.
Não servirei a nenhum Deus, por isso ou aquilo.
Muitos para mim olharão torto.
Porque afirmo “Deus está morto”.
Muitos zombaram sem sequer entender.
E dirão “se fala que ele não existe, como o pode morrer?”
Prefiro ficar numa praça.
Olhando para a brisa nas folhas.
Pois essa é a real graça.
De que todos temos escolhas.
Quando todos entenderem que só se vive uma vez.
Deixarão para trás essa torpe insensatez.
Respeitarão e amarão tudo como é.
Pois prefiro sentir paz, do que sofrer de fé.
Já que querem que creia eu em algo.
Crerei então que virá a morte da fé.
Pois se vivermos sem um alvo.
Amaremos a vida como ela é.
Quando a moral não “for” definida por um ser “superior”.
Experimentaremos a era em que o mais importante é o amor.
Nada breve aforismo sobre a fé.